A endometriose profunda é um tipo de endometriose onde as células de endometriose se implantam no tecido invadido em profundidade superior a 5 mm. Pode atingir vários órgãos, tais como o útero, as tubas uterinas, os ovários, o intestino, a bexiga urinária, o ureter e, mais raramente, até mesmo o diafragma, a pleura, os pulmões, o pericárdio, o coração e o sistema nervoso.

Como diagnosticar endometriose profunda?

Considerada a forma mais grave da doença, seu diagnóstico, assim como nos outros quadros de endometriose, é feito pela história clínica, pelo exame físico e pelo estudo anátomo patológico das lesões retiradas por via cirúrgica.

Embora alguns casos possam ser assintomáticos, seus sintomas, na maioria das vezes, são mais intensos do que na endometriose superficial ou no endometrioma e, não raramente, são incapacitantes, resultando em alto índice de absenteísmo, isolamento social e idas frequentes ao hospital para controle da dor, com impacto fortemente negativo na qualidade de vida dessas mulheres. 

Além da exacerbação dos sintomas típicos da endometriose (cólicas menstruais, distensão abdominal e dores na pelve, à relação sexual e ao evacuar), a endometriose profunda ainda é comumente associada a outras doenças, tais como dores musculares, falta de desejo e dificuldade de obter prazer sexual, depressão, ansiedade e distúrbios alimentares.

No exame físico realizado na consulta médica, o médico pode desconfiar da endometriose profunda ao palpar espessamentos ou nódulos, ao verificar espasmos musculares e ao identificar o ponto de desencadeamento de dor (ponto doloroso ou ponto gatilho).

Exames de imagem complementares são fundamentais para o mapeamento adequado da doença e para o planejamento do tratamento – na maioria das vezes, cirúrgico.

Os exames mais indicados para o diagnóstico da endometriose (“padrão ouro”) são a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética com pesquisa para endometriose. Eles permitem uma visão espacial das lesões e dos órgãos. A tomografia computadorizada de tórax e a broncoscopia podem ser necessários nos casos de endometriose de diafragma, pulmão ou pleura. 

O diagnóstico é mais difícil quando a endometriose está próxima a um nervo, porque além da dor, outros sintomas podem surgir de acordo com o dermatomo acometido. Podem ocorrer, por exemplo, dores no nervo ciático, disfunções urinárias, disfunções intestinais, disfunções sexuais, dores perineais, dores em região glútea, dor ou formigamentos em face dorsal da coxa etc. A tractografia por ressonância magnética é um exame que avalia as fibras nervosas através de traços de difusão de água e vem sendo utilizada no diagnóstico de endometriose próxima a nervos.

Por ser uma doença que se agrava com o passar do tempo, não deixe o tempo passar. Se você tem sintomas sugestivos de endometriose ou se recebeu o diagnóstico de endometriose profunda, não deixe de procurar avaliação com médico experiente. 

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