Tenho endometriose. Preciso operar?

Essa é uma das inúmeras interrogações que vêm à nossa cabeça quando recebemos o diagnóstico de endometriose.
Antes de responder, alguns fatores devem ser cuidadosamente avaliados:
- a idade da paciente
- o desejo de engravidar
- a localização da endometriose
- se há persistência da dor
- se a endometriose está crescendo.
Indicações de cirurgia
Em geral, a cirurgia para o tratamento da endometriose é indicada quando:
- existe persistência da dor
- a endometriose se localiza muito próxima ao ureter
- a endometriose se localiza no ovário
- a endometriose se localiza no apêndice cecal ou no íleo
- há piora ou progressão das lesões
O quadro de persistência da dor se caracteriza pela presença de dores intensas que não melhoram com analgésicos, medicamentos hormonais ou outras formas de controle de dor, tais como a fisioterapia ou a acupuntura.
A endometriose pode se localizar próxima ou acometer o próprio ureter – a chamada endometriose ureteral. Os ureteres, em número de dois, são órgãos tubulares que ligam os rins à bexiga e servem ao transporte da urina. A presença da endometriose nessa localização pode dificultar o escoamento da urina, ocasionando uma dilatação renal, também chamada de hidronefrose, que pode levar à perda da função renal nos casos mais severos.
O endometrioma ou endometriose ovariana, embora em muitos casos demande intervenção cirúrgica, deve ter esta intervenção avaliada com critério, pois o cisto de endometriose no ovário leva à diminuição da reserva ovariana e, consequentemente, à dificuldade de engravidar. Não existe uma indicação universal e cada caso deve ser analisado pelo especialista na escolha do melhor tratamento.
O tratamento da endometriose intestinal nem sempre é cirúrgico. Entretanto, caso haja lesões de endometriose no apêndice cecal ou no íleo, há indicação de cirurgia.
Não são todos os casos de endometriose que necessitam de cirurgia. Caso não seja necessária a cirurgia imediatamente, é fundamental manter um acompanhamento com visitas periódicas ao médico e realização periódica de exames de imagem (ultrassonografia com preparo intestinal ou ressonância magnética), mesmo na ausência de sintomas. Manter seguimento adequado da endometriose permite o melhor controle da doença e a detecção da piora ou da progressão das lesões, permitindo um planejamento mais assertivo do tratamento.
Fique atenta!
Caso tenha recebido o diagnóstico de endometriose, procure uma avaliação com médico experiente. Só o médico especialista poderá avaliar seu caso mais profundamente.