Histerectomia é o nome dado à cirurgia que tem por objetivo a retirada do útero.

A escolha da melhor técnica, as indicações para a cirurgia e todas as questões a seguir, referem-se a histerectomia de forma genérica, sendo fundamental a discussão de cada caso individualmente com seu médico.

Por que se faz histerectomia?

A retirada do útero pode ser indicada no tratamento de doenças graves como o câncer do colo uterino, câncer de endométrio, câncer de ovário, câncer das tubas uterinas, câncer de intestino, e pode ser necessária em doenças benignas quando não for possível o controle com medicamentos, o que pode acontecer na endometriose grave, na adenomiose , no mioma uterino, nos prolapsos uterinos e nos chamados sangramentos uterinos disfuncionais ou sem causa conhecida.

Os ovários são retirados na histerectomia?

A retirada dos ovários na histerectomia depende da idade da mulher e da indicação da histerectomia. Em mulheres mais jovens, desde que não haja uma indicação específica para a retirada, os ovários são mantidos e, consequentemente, é mantida a produção normal dos hormônios ovarianos (estradiol e progesterona). 

Nos casos de câncer e na maioria das mulheres menopausadas, os ovários são retirados.

Primeira relação sexual após a histerectomia

É recomendada a abstinência de penetração vaginal por em torno de 60 a 90 dias após a histerectomia, tempo necessário à cicatrização do tecidos afetados. Após a recuperação, as relações sexuais costumam ocorrer normalmente.

É fundamental reforçar que cada caso deve ser avaliado individualmente e orientado pelo médico.

Para onde vai o óvulo após a histerectomia?

Nas mulheres onde os ovários foram preservados, os óvulos, que medem cerca de 0,1 mm, são liberados na cavidade abdominal e absorvidos pelo organismo. 

A ausência do útero impede que a mulher engravide.

Como é feita a histerectomia?

A cirurgia para retirada do útero pode ser feita por diferentes técnicas cirúrgicas:

  • Histerectomia abdominal, laparotômica ou convencional, é a cirurgia onde a retirada do útero é realizada por meio de um corte no abdome que usualmente tem cerca de 10 cm de extensão. No entanto, o tamanho do corte pode variar de acordo com o volume uterino e o número de cirurgias abdominais anteriores: quanto maior o volume uterino e o número de cirurgias prévias à histerectomia, maior a chance de que os cortes sejam maiores.
  • Na histerectomia vaginal, a retirada do útero acontece pela vagina, não havendo abertura da parede abdominal. É bastante utilizada, mas possui uma limitação técnica que impede que seja realizada no caso de úteros muito volumosos e em mulheres que já tiveram cirurgias prévias, devido à grande chance de existência de aderências que dificultam a utilização dessa técnica.
  • A histerectomia laparoscópica e a histerectomia robótica, realizadas respectivamente através de laparoscopia ginecológica e de cirurgia robótica, são chamadas de cirurgias minimamente invasivas por provocarem menores traumas cirúrgicos. Uma câmera é acoplada a um monitor de TV e introduzida por meio de um corte no umbigo de 11 a 12 mm, o que permite a visualização completa do útero e de toda a cavidade abdominal. São realizados ainda três a cinco pequenos cortes adicionais, de 5 a 8 mm cada, por onde são introduzidas as pinças laparoscópicas ou robóticas utilizadas para realizar a cirurgia.

Quais são os tipos de histerectomia?

Podemos dividir o útero em duas partes: o colo uterino e o corpo uterino. O útero pode ser retirado totalmente (corpo e colo), cirurgia chamada de histerectomia total, ou parcialmente, retirando-se apenas o corpo uterino, sendo chamada nesse caso de histerectomia subtotal. 

Nos casos de câncer do colo do útero, câncer de endométrio, câncer de ovários ou em lesões malignas, além do útero, são retiradas também as tubas uterinas, os ovários, parte da vagina e estruturas próximas ao útero na chamada histerectomia radical.

Veja as imagens a seguir:

Qual é a anestesia usada na histerectomia?

O tipo de anestesia utilizado na histerectomia depende da técnica cirúrgica que será utilizada. 

Podem ser realizadas a anestesia geral, a raquianestesia ou a combinação de ambas. A anestesia peridural raramente é utilizada para a histerectomia.

O que acontece com a vagina quando o útero é retirado?

No caso da histerectomia total ou radical, como o colo do útero é retirado, o fundo da vagina é fechado durante a cirurgia. A vagina vai terminar como se fosse o fundo de um saco fechado, não havendo nenhuma comunicação com o abdome.

Na histerectomia subtotal, o colo uterino continua no fundo vaginal, não havendo, portanto modificação alguma na vagina.

As tubas são retiradas na histerectomia? 

Quando é realizada a retirada cirúrgica do útero, normalmente as tubas uterinas (ou trompas de Falópio) também são retiradas, cirurgia chamada de salpingectomia. Isso acontece devido ao fato de que boa parte dos cânceres de ovário se originam das tubas uterinas.

Como a mulher fica “por dentro” após a histerectomia?

Após a retirada do útero não há sensação de “falta” do útero. Todos os órgãos do abdome se acomodam e, após a recuperação normal da cirurgia, não há qualquer “sensação” de ausência do útero. 

Quais são os riscos da histerectomia?

Nenhuma cirurgia é isenta de complicações e, embora pouco frequentes, são possíveis e podem variar caso a caso. É importante discutir todas as possibilidades com seu médico antes da cirurgia. 

Complicações possíveis:

  • Sangramento intenso 
  • Transfusão sanguínea
  • Infecção
  • Rejeição de algum fio de sutura
  • Trombose 
  • Abertura da sutura da vagina
  • Abertura de ponto de sutura
  • Lesão de ureter 
  • Dificuldade para evacuar 
  • Lesão de alça intestinal 

Quem retira o útero continua tendo que fazer exame preventivo?

Se o útero todo for retirado (colo e corpo) devido a doença benigna, passa a não ser mais necessário realizar o Papanicolau (colpocitologia oncótica ou exame preventivo do câncer do colo uterino). Quando a histerectomia total for realizada para retirada de câncer de útero ou do colo uterino, os exames periódicos devem ser mantidos para avaliar eventual recorrência da doença. 

As visitas periódicas ao ginecologista devem sempre ser mantidas, importantíssimas para acompanhamento da saúde ginecológica geral (vagina, vulva, mamas, sexualidade, controle hormonal etc.).

O que acontece com meu corpo após a histerectomia?

Com a retirada do útero, a mulher não vai mais menstruar. Porém, se não estiver na menopausa, os ovários continuarão produzindo os hormônios normalmente e a mulher poderá sentir sintomas semelhantes aos de quando ia menstruar, como algumas cólicas, inchaço nas mamas e irritação, decorrentes da variação dos hormônios ovarianos.

Quantos dias fico internada no hospital após a histerectomia?

Se a cirurgia for realizada pela técnica convencional, a duração da internação geralmente é de dois a três dias. No caso de histerectomia vaginal, laparoscópica ou robótica, geralmente ficará internada de um a dois dias.

Por quanto tempo devo fazer repouso após a histerectomia?

Na histerectomia convencional, o tempo para recuperação e volta total às atividades normais é de cerca de trinta dias.

Na histerectomia vaginal, laparoscópica ou robótica, normalmente a volta às atividades cotidianas acontece após repouso de cerca de quinze dias. 

Importante reforçar que o tempo de recuperação varia conforme a técnica utilizada e a recuperação pessoal de cada um. Sempre devemos considerar caso a caso e seguir as orientações específicas oferecidas pelo médico.

Como devo me preparar para a histerectomia? 

O planejamento da cirurgia é muito importante para evitar transtornos, complicações e para o êxito do procedimento.

Escolha um médico com experiência e em quem confie.  

Faça seus exames pré-operatórios.

Escolha um hospital que ofereça todos os recursos necessários para a cirurgia. Converse e escolha o local para realizar a sua cirurgia junto com seu médico.

Esclareça suas dúvidas.

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