O que é?

O chamado congelamento de óvulos é um procedimento que tem por finalidade “guardar” óvulos de uma mulher para eventualmente viabilizar uma gravidez no futuro. Muitas vezes, a mulher não tem previsão de quando a sua vida reunirá as condições adequadas para engravidar, mas quer garantir que, quando essas condições estiverem garantidas, tenha óvulos disponíveis para tentar engravidar.

Trata-se de um procedimento pelo qual alguns óvulos da mulher são captados e armazenados em nitrogênio líquido, a 196° C negativos, até o momento em que serão usados para proporcionar a tentativa de engravidar.

Como é feito?

Após avaliação médica detalhada, a mulher recebe hormônios para estimular a eclosão de óvulos pelos ovários, processo conhecido pelo nome indução da ovulação. Por volta do 12º dia do ciclo menstrual, o procedimento de coleta é realizado. A mulher será sedada e receberá uma punção transvaginal, através da qual e com o apoio de ultrassonografia, o médico chegará até os ovários e “aspirará” os óvulos disponíveis. É um procedimento rápido, que dura cerca de 20 a 30 minutos.

Após análise detalhada dos óvulos aspirados, os mais apropriados serão selecionados e submetidos ao processo de vitrificação e ao subsequente congelamento.

Quanto tempo os óvulos podem ficar congelados?

Ainda não há um limite de tempo máximo para manter os óvulos congelados. Utilizando a técnica adequada, podem ficar congelados por ao menos dez anos.

Quando realizar?

O congelamento de óvulos pode ser realizado em mulheres com ao menos 21 anos de idade. O ideal é que seja realizado com a paciente o mais jovem possível, preferencialmente antes dos 35 anos, pois as taxas de gravidez são melhores quanto mais jovem for a paciente por ocasião da coleta dos óvulos.

Como funciona quando a mulher quiser engravidar?

Os óvulos são descongelados e é realizada uma fertilização in vitro (FIV).

O congelamento de óvulos garante gravidez?

Não. Há uma chance de cerca de 45% de gravidez em cada tentativa de FIV. Os óvulos congelados preservam a qualidade do óvulo à época do congelamento. A chance de gravidez aumenta se a coleta for realizada antes dos 35 anos de idade, isto porque o avanço da idade diminui a quantidade e qualidade dos óvulos, além de piorarem as condições para a implantação do embrião dentro do útero. Mulheres acima de 45 anos tem aproximadamente 20% de chance de engravidar em cada ciclo de FIV.

O que é e como avaliar a reserva ovariana?

Diferentemente dos homens, que produzem espermatozoides ao longo de toda a vida, a quantidade de óvulos de uma mulher já vem determinada ao nascer. Esses óvulos estão armazenados dentro de estruturas ovarianas conhecidas por folículos. A cada ciclo menstrual o folículo se desenvolve e libera o óvulo, a chamada ovulação. Dá-se o nome de reserva ovariana à quantidade de folículos que a mulher possui, quantidade que  vai reduzindo naturalmente ao longo da vida da mulher, dentre outros fatores, devido principalmente ao processo da menstruação.

A reserva ovariana pode ser avaliada pela contagem dos folículos ovarianos, realizada por ultrassonografia, ou indiretamente pela dosagem do hormônio anti mulleriano (HAM).

Quanto custa para congelar óvulos?

Cada vez mais acessível, os custos para congelamento de óvulos variam bastante, dependendo do serviço escolhido pela mulher para o congelamento. O procedimento de captura e congelamento custa entre R$ 10 e R$ 20 mil, e a manutenção dos óvulos varia de R$ 1.000 a R$ 3.000 reais mensais. 

O SUS disponibiliza congelamento de óvulos?

Alguns hospitais da rede pública contam com serviço de reprodução assistida e possibilidade de congelamento de óvulos. Mulheres em tratamento para câncer devem agendar o congelamento de óvulos por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para receberem o direcionamento e as orientações.

Quais as mulheres com indicação para congelar óvulos?

Os casos mais comuns são das mulheres:

  • que desejam postergar a maternidade;
  • que necessitam de tratamento para câncer com risco para diminuição ou perda da reserva ovariana como efeito da quimioterapia ou da radioterapia;
  • com doenças benignas que podem diminuir a reserva ovariana, tais como a endometriose, tumores ovarianos benignos ou doenças autoimunes.

Se ainda não o fez, não deixe o tempo passar sem conversar com o seu ginecologista sobre a evolução do prognóstico de gravidez ao longo da vida e sobre a conveniência do congelamento dos seus óvulos.