Mais de 200 tipos de vírus são conhecidos coletivamente como HPV, ou papilomavírus humano, dos quais cerca de 40 podem infectar a região anogenital (anal e genital). Só no Brasil, mais de dois milhões de novos casos são diagnosticados anualmente.

O HPV vem cada vez mais ganhando destaque das autoridades da saúde e da mídia em função do seu potencial oncogênico, ou seja, da sua capacidade de promover lesões cancerosas ou precursoras do câncer, sendo que 100% dos casos de câncer de colo de útero, segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, são decorrentes de infecção pelo HPV.

A transmissão do HPV se dá eminentemente através de relações sexuais (vaginais, anais ou orais), embora haja casos de transmissão da mãe infectada ao seu filho durante o parto. 

O HPV é popularmente associado ao aparecimento de verrugas na região anogenital, razão pela qual é também frequentemente conhecido como crista de galo. Entretanto, muitas pessoas infectadas não apresentam sintoma algum, dificultando sobremaneira o controle da sua propagação e a sua detecção precoce.

Essa perigosa associação do alto potencial oncogênico do vírus à frequente ausência de sintomas é suficiente para que as autoridades de saúde indiquem os seguintes cuidados:

  • Prática de sexo seguro: o uso de camisinha em todas as relações sexuais reduz o risco de infecção pelo HPV, embora não o afaste completamente;
  • Acompanhamento médico: o acompanhamento médico regular, associado à realização de exames preventivos (em especial, o Papanicolau), permite a detecção precoce da infecção, a identificação do seu subtipo, e a consequente adoção da conduta mais adequada;
  • Vacinação: a vacina contra o HPV é a principal forma de prevenção primária do vírus; disponível, na rede pública, para meninas de 9 a 13 anos e meninos de 12 e 13 anos, e na rede privada, para mulheres até 45 anos e para homens até 26 anos.

Existem várias formas para o tratamento das lesões provocadas pelo HPV, tais como cremes, ácidos, cirurgia, laser, cauterização e outras, todas voltadas à eliminação das lesões, mas não à erradicação da infecção, o que ainda não é possível.

Por tudo que foi dito, reforço que, além de procurar o médico frente a algum sintoma (corrimento, coceira, verruga, ferida ou outra lesão na região genital, anal ou em outro local), é muito importante fazer seus exames preventivos regulares.

Dra Thais Farias Koch Mello

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