A palavra teratoma deriva do idioma grego e significa literalmente “tumor monstro”. O teratoma de ovário representa cerca de 20% dos tumores de ovário, sendo benigno na maioria das vezes. Formado a partir das células germinativas ou embrionárias (as células que originam os óvulos), pode ter tamanhos variados e podem ser encontrados em seu interior diversos tecidos, tais como dentes, ossos e cabelos, característica que explica a sua denominação.

Geralmente é diagnosticado em mulheres jovens e adolescentes em idade reprodutiva, e sua causa ainda permanece indefinida.

Os três tipos de teratomas de ovário

  • Teratoma maduro ou cisto dermoide

É o tipo mais comum. Costuma ser benigno. Menos de 2% dos casos podem se transformar em câncer.

  • Teratoma imaturo: 

É um tipo de câncer raro, que representa cerca de 1% dos teratomas de ovário.

Pode ser classificado de acordo com o grau de diferenciação de suas células em: 

Grau I – apresenta células bem diferenciadas.

Grau II – apresenta células moderadamente diferenciadas.

Grau III – apresenta células indiferenciadas. Geralmente mais agressivo e com maior chance de metástases a distância, geralmente para linfonodos e retroperitônio.

  • Teratoma altamente especializado:

É uma forma rara, composta por células de um único tecido. O tipo mais comum é o struma ovari, composto por células parecidas com as da tireoide e que produzem hormônios como os dessa glândula, podendo levar ao hipertireoidismo.

Quadro clínico

Quando pequeno, geralmente costuma ser assintomático, mas, com o aumento de tamanho, pode provocar:

  • Dor pélvica
  • Dor lombar 
  • Aumento do volume abdominal
  • Náuseas
  • Vômitos 
  • Irregularidade menstrual 
  • Perda de peso

Diagnóstico

Pode ser identificado em exames de imagem: 

  • Ultrassonografia pélvica ou transvaginal
  • Ressonância magnética pélvica
  • Tomografia computadorizada pélvica

Seu aspecto nesses exames é de um cisto complexo, ou seja, que apresenta partes líquida e sólida simultaneamente. É frequentemente preenchido por gordura e com uma parte sólida composta por tecidos como dentes, cabelos, pele, ossos, tecidos pulmonar ou tireoidiano.

Tratamento

O tratamento de todos os tipos de teratoma é cirúrgico. Se o tumor for benigno e pequeno, a cirurgia pode preservar o ovário e a fertilidade. 

Tumores muito volumosos, mesmo que benignos, podem levar ao prejuízo de todo o ovário e comprometer a fertilidade.

Em caso de tumores malignos, a cirurgia retira o ovário, trompas e às vezes até o útero.

A cirurgia: 

  • Técnica convencional (laparotomia)
  • Técnicas minimamente invasivas:
  1. Laparoscopia
  2. Laparoscopia robô assistida ou robótica

O tratamento do tumor maligno pode ainda incluir quimioterapia e radioterapia.

Atenção: como o teratoma de ovário pode ter evolução silenciosa, é muito importante manter a regularidade de suas visitas e exames ginecológicos.