Muitas mulheres chegam ao consultório queixando-se de ressecamento vaginal, falta de lubrificação, ardor ou dor na relação sexual (dispareunia), coceira genital, odor genital e perdas urinárias, sintomas que caracterizam a atrofia vulvo-vaginal ou genital. Acomete de 40% a 60% das mulheres quando passados cinco ou seis anos após a menopausa e tem caráter progressivo, levando a queixas como diminuição da libido e baixa autoestima, e sendo responsável por mudanças significativas na sexualidade e na qualidade de vida.

A principal causa dessa atrofia é a diminuição do estrogênio, hormônio produzido pelos ovários, o que leva ao afinamento e à diminuição da vascularização da mucosa vaginal, bem como à diminuição da sua lubrificação, tornando-a mais frágil e com menor elasticidade.

Essas variações hormonais podem também estar presentes em mulheres jovens, como no pós-parto, durante a amamentação, quando há retirada cirúrgica dos ovários (ooforectomia), após radioterapia ou quimioterapia para o tratamento de câncer, ou após o uso de alguns medicamentos, como por exemplo os análogos de GnRh.

O tratamento para a atrofia genital pode ser feito com a reposição de hormônios (preferencialmente por via tópica, como cremes e óvulos vaginais), com o uso de lubrificantes, hidratantes vaginais ou através do laser vaginal.

O laser vaginal é uma opção de tratamento não hormonal para mulheres com atrofia genital e que não querem ou não podem usar hormônios (nem locais, nem sistêmicos), como as que tiveram trombose, câncer de endométrio ou câncer de mama.

O tratamento com o laser vaginal tem como objetivo o rejuvenescimento genital e o combate à flacidez e à atrofia, promovendo uma remodelação dos tecidos locais e aumento de colágeno, promovendo maior firmeza local e aumento da vascularização da mucosa.

O procedimento consiste na introdução na vagina de uma sonda semelhante às usadas em exames de ultrassom transvaginal, por onde são emitidos pulsos de laser. Cada sessão de tratamento dura em torno de vinte minutos, durante os quais a mulher poder vir a sentir leve desconforto (calor local), amenizado pela aplicação de anestésico local antes do procedimento. Inicialmente, aconselha-se a realização de três sessões, feitas a cada trinta dias em média, seguidas por aplicações únicas de manutenção semestrais ou anuais, conforme a resposta de cada paciente ao tratamento.

Apenas especialistas são capazes de avaliar a aplicabilidade do laser vaginal e realizá-lo com segurança. Discuta com o seu ginecologista esta opção de tratamento.