É bastante comum receber em meu consultório adolescentes cheias de dúvidas sobre contracepção, pois é nessa fase da vida que muitas delas iniciam a vida sexual. É por isso que conversar, esclarecer dúvidas e promover ampla educação sexual é fundamental.

Nosso objetivo é que as adolescentes incorporem e usem o que chamamos de dupla proteção: combate às infecções sexualmente transmissíveis (IST) e prevenção contra a gravidez não desejada. A dupla proteção é obtida pelo uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino, sempre, em todas as relações sexuais. 

Somar outro método é aconselhável, mas os métodos comportamentais (tabelinha, coito interrompido, temperatura basal, muco cervical) devem ser desencorajados devido ao alto índice de falha e por não prevenir contra IST. Mais eficaz é incentivar um método que não dependa da iniciativa da adolescente, que seja seguro, prático, preferencialmente de longa duração, e com nenhum ou poucos efeitos indesejados. 

A maioria das adolescentes pode usar, como segundo método, contraceptivos hormonais, tais como pílulas, injeções, implantes, adesivos e anéis vaginais, bem como dispositivos intrauterinos (DIU) hormonais ou não hormonais. Os métodos de longa duração, como implantes e o DIU, embora ainda pouco adotados pelas adolescentes, são opções interessantes por não estarem sujeitos ao fator “esquecimento”.

Reforço que é muito importante não iniciar a atividade sexual antes de receber as orientações médicas necessárias, bem como não adotar métodos contraceptivos sem essa orientação, já que pode haver contraindicações ao uso de determinados métodos. Na consulta, a adolescente e a ginecologista escolherão juntas a melhor opção de contraceptivo.

Dra. Maria del Carmen Alonso Vilchez Casella

“As informações contidas nesse site e blog têm caráter educativo e informativo e jamais devem ser utilizadas para autodiagnóstico, auto tratamento e automedicação. Em caso de dúvida, um profissional médico deve ser consultado. Somente o médico pode praticar o ato médico conforme o Conselho Federal de Medicina.”