Cistos Ovarianos
Cistos Ovarianos
O que são cistos ovarianos?
Um cisto ovariano é uma espécie de bolsa preenchida por líquido que se desenvolve nos ovários. Na grande maioria, os cistos ovarianos são benignos e desaparecem espontaneamente a cada ciclo menstrual.
Podemos dividir os cistos ovarianos em cistos funcionais – representados pelos cistos foliculares e pelos cistos de corpo lúteo – e em cistos não funcionais.
Cistos funcionais: cistos foliculares e cistos de corpo lúteo
O que são cistos ovarianos?
Um cisto ovariano é uma espécie de bolsa preenchida por líquido que se desenvolve nos ovários. Na grande maioria, os cistos ovarianos são benignos e desaparecem espontaneamente a cada ciclo menstrual.
Podemos dividir os cistos ovarianos em cistos funcionais – representados pelos cistos foliculares e pelos cistos de corpo lúteo – e em cistos não funcionais.
Cistos funcionais: cistos foliculares e cistos de corpo lúteo
Cistos funcionais
Cistos foliculares
São bolsas cheias de líquido que se desenvolvem nos ovários durante o ciclo menstrual quando o folículo não libera o óvulo, acumulando líquido em seu interior. Costuma ter tamanho superior a 3,0 cm, frequentemente são assintomáticos e desaparecem espontaneamente após alguns meses. Em alguns casos, pode haver a necessidade de utilizar hormônios (ex.: pílulas anticoncepcionais) para contribuir para a sua regressão. Cistos volumosos, maiores que 5,0 cm, podem levar a sintomas como dor ou desconforto abdominal e podem necessitar remoção cirúrgica, havendo ainda risco de ruptura ou de torção ovariana, situação que leva a forte dor abdominal e que necessita cirurgia de urgência.
Cisto de Corpo lúteo
O cisto de corpo lúteo é o cisto que surge quando há um acúmulo de líquido no corpo lúteo, estrutura que surge após a ovulação e que deveria desaparecer espontaneamente passados aproximadamente 13 dias. Costuma ser assintomático e desaparecer após quatro a oito semanas.
O cisto de corpo lúteo hemorrágico é aquele que contém sangue em seu interior. Costuma provocar dor pélvica aguda, algumas vezes de forte intensidade, levando algumas mulheres ao pronto socorro.
O diagnóstico do cisto de corpo lúteo costuma ser feito pela ultrassonografia transvaginal. O ginecologista acompanha a evolução desse tipo de cisto com ultrassonografias seriadas, pode utilizar pílulas anticoncepcionais e raramente requerem intervenção cirúrgica.
Mulheres grávidas podem apresentar cistos de corpo lúteo, que costumam desaparecer espontaneamente durante a gravidez.
Cistos não funcionais
Os cistos ovarianos não funcionais são aqueles que não têm relação com o ciclo menstrual normal. A maioria são benignos e raramente estão relacionados ao câncer.

Endometrioma
Os endometriomas ou cistos de endometriose ovariana são cistos preenchidos por células semelhantes às células que normalmente formam a camada interna do útero, o endométrio. Também conhecidos como “cistos de chocolate”, são preenchidos por um líquido de aspecto achocolatado, podendo surgir em um ou nos dois ovários, em número e tamanho variados.
É uma forma comum de endometriose e está associada com frequência a outras formas dessa doença, como a endometriose intestinal ou do trato urinário.
Assim como qualquer tipo de endometriose, os endometriomas podem ser assintomáticos ou provocar dores fortes e até incapacitantes, como a cólica menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor fora do período menstrual (dor pélvica acíclica), distensão abdominal, dores lombares, dentre outros sintomas, e piorar muito a qualidade de vida da mulher.
A formação dos endometriomas diminui a reserva ovariana, diminuindo não só a quantidade como a qualidade dos folículos ovarianos, comprometendo a fertilidade da mulher.
Exames específicos para pesquisa de endometriose, como a ultrassonografia pélvica transvaginal ou a ressonância magnética pélvica, realizados com preparo intestinal, fazem o diagnóstico dos endometriomas, que podem ser vistos sem dificuldade em ultrassonografias pélvicas transvaginais mesmo sem preparo intestinal.
O tratamento dos endometriomas depende do tamanho do cisto, da idade da mulher e de seu desejo reprodutivo. Em alguns casos, realizamos sua remoção cirurgicamente.
Síndrome dos ovários policísticos
A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio hormonal que pode surgir durante a vida reprodutiva da mulher, caracterizado pelo aparecimento de múltiplos cistos ovarianos associados a outras alterações clínicas e laboratoriais. Sintomas como irregularidade menstrual, acne, aumento da oleosidade da pele, aumento de gordura abdominal e aumento de pelos no corpo (hirsutismo) podem ser encontrados.
A SOP está associada a anovulação e ao desenvolvimento de alterações metabólicas, aumento de resistência à insulina, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e depressão, e é uma das causas de infertilidade. Seu tratamento busca a melhora dos sintomas e o controle da doença.

Teratoma ovariano
O teratoma é um cisto que se origina de células germinativas, que são as células que têm a propriedade de sofrer modificações genéticas e se transformarem em qualquer tipo de célula do corpo. Por conta dessa característica, encontram-se diversos tecidos no interior desses teratomas, tais como dentes, cabelos, gordura e fragmentos ósseos.
Os teratomas podem surgir em homens e em mulheres e em várias localizações, tais como nos testículos, na região sacrococcígea (final da coluna vertebral) ou nos ovários, sendo, neste caso, conhecidos como “cistos dermoides”. São benignos em sua maioria, mas têm potencial de malignização ou serem efetivamente malignos.
Muitos teratomas ovarianos são totalmente assintomáticos e podem ser encontrados em exames da rotina ginecológica, como nas ultrassonografias pélvica e transvaginal. Cistos volumosos podem provocar dor ou desconforto abdominal.
Além da ultrassonografia, a ressonância magnética pélvica e a tomografia computadorizada são exames que auxiliam no diagnóstico por imagem dos teratomas ovarianos, havendo necessidade, em alguns casos, de pesquisa de marcadores tumorais no sangue.
O tratamento do teratoma ovariano consiste na sua remoção cirúrgica. Embora seja possível realizar a remoção do teratoma ovariano por cirurgia aberta convencional, atualmente prefere-se utilizar técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a cirurgia robótica, por conta da maior precisão intraoperatória, do menor trauma cirúrgico e do menor tempo de recuperação obtido com estas técnicas.
Cistos ovarianos na pós-menopausa
Os cistos ovarianos não são esperados na pós-menopausa, já que os ovários deixam de ovular nessa fase. Assim sendo, o aparecimento de cistos ovarianos nessa fase merece análise do ginecologista. Em alguns casos, pode haver necessidade da retirada cirúrgica.

Câncer de ovário
O câncer de ovário é o terceiro tumor ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo uterino e do câncer do endométrio. Atinge mulheres acima dos 50 anos, principalmente as que estão na pós-menopausa, e representa cerca de 3% dos casos de câncer no Brasil. Este tipo de câncer pode não provocar sintomas, levando seu diagnóstico por vezes a acontecer apenas em fases avançadas da doença, comprometendo a sobrevida dessas mulheres devido ao seu alto índice de mortalidade (índice de cura entre 30 e 40%, segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA 2023-2025).
São considerados fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de ovário o histórico familiar de cânceres de mama, de ovário e de intestino, presença de marcadores tumorais BRCA1 e BRCA 2, ausência de filhos (mulheres nulíparas), primeira menstruação precoce, menopausa tardia, sobrepeso e obesidade.
Cistos com evolução suspeita costumam ser retirados cirurgicamente.
O diagnóstico definitivo do câncer de ovário é realizado pelo estudo anatomopatológico na peça cirúrgica.
Sintomas dos cistos ovarianos
Os cistos ovarianos podem ser totalmente assintomáticos, sendo muitas vezes detectados inesperadamente em ultrassonografias de rotina. Em alguns caso podem provocar sintomas como dor abdominal, dor na relação sexual, inchaço no abdome e irregularidade menstrual. Cistos volumosos podem provocar fortes dores, havendo risco de ruptura do cisto ou até de torção do ovário, necessitando de avaliação médica imediata.
Diagnóstico
Alguns cistos ovarianos podem ser detectados no exame ginecológico, pois provocam um abaulamento abdominal detectável. Por vezes são também palpáveis no exame de toque vaginal pelo ginecologista.
As ultrassonografias pélvica e transvaginal são os exames de imagem que comumente permitem a visualização dos cistos ovarianos. Podem também ser identificados na tomografia computadorizada ou na ressonância magnética pélvica, com maior detalhamento das características desses cistos.
Tratamento
O tratamento do cisto de ovário é variado e considera a idade de aparecimento do cisto e suas características morfológicas, como aspecto da sua superfície, a quantidade de cistos, a velocidade de crescimento, presença de septos, papilas, áreas sólidas, calcificações, mudanças do aspecto do líquido em seu interior e alterações em sua vascularização.
Existem cistos que não precisam de tratamento e desaparecem espontaneamente. Existem cistos que precisam ser acompanhados com exames e avaliação ginecológica periódica. Podemos utilizar medicamentos hormonais, como pílulas anticoncepcionais em alguns casos e, em outros casos, pode haver a necessidade de remoção cirúrgica do cisto.
Por tudo que foi apresentado aqui, é muito importante que a mulher mantenha seu acompanhamento ginecológico periódico. Além disso, se você tem dor no abdome ou se apareceu um cisto de ovário em um exame de ultrassonografia, procure-o mesmo que ainda não esteja na data da sua consulta periódica.

