Contracepção e Planejamento familiar

O planejamento familiar, ou planejamento reprodutivo, tem como objetivo promover a reprodução mais saudável, consciente e segura, oferecendo mais liberdade e autonomia na decisão sobre ter ou não ter filhos, evitar gestações precoces ou indesejadas e contribuir para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
Disponível na rede privada e na rede pública (postos de saúde, hospitais universitários e centros-médicos), o planejamento familiar inclui métodos contraceptivos, cuidados pré-natais e cuidados com o recém-nascido.
Métodos contraceptivos
A escolha do método deve ser feita de forma criteriosa e individual, buscando encontrar o método que melhor se adapta ao seu estilo de vida. Existem métodos comportamentais, de barreira, hormonais, não hormonais e cirúrgicos. Escolher o método depende da sua idade, da sua história, dos seus planos futuros e de como pretende viver. Converse com seu ginecologista antes da escolha do método.
Métodos comportamentais
Tabelinha
O casal evita ter relações sexuais ou as tem com uso de proteções de barreira (ex.: camisinha) durante o período fértil da mulher.

Muco cervical
O casal evita relações sexuais ou as tem com uso de proteções de barreira quando o muco cervical está elástico e transparente, o que acontece durante o período fértil da mulher.
Coito interrompido
O pênis é retirado da vagina antes da ejaculação, evitando o depósito de espermatozoides na vagina.
Métodos de Barreira
Preservativo masculino (camisinha)
Recebe o apelido de “camisinha” por se tratar de um cilindro de material sintético flexível e resistente que “veste” o pênis, funcionando como uma barreira física à passagem dos espermatozoides e, consequentemente, impossibilitando a fecundação. Previne contra infecções sexualmente transmissíveis, com exceção do HPV.

Preservativo feminino (camisinha feminina)
Dispositivo colocado na vagina que funciona como uma espécie de “saco” que recebe a ejaculação, funcionando como barreira física à passagem dos espermatozoides e, consequentemente, impossibilitando a fecundação. Previne contra infecções sexualmente transmissíveis, com exceção do HPV.
Diafragma (capuz cervical)
Dispositivo colocado no fundo da vagina, cobrindo o colo uterino e, assim, impedindo a entrada dos espermatozoides no útero e a consequente fecundação. Pode ser utilizado associado a geleia ou espuma espermicida, que são substâncias destinadas a neutralizar (“matar”) os espermatozoides.
Métodos Hormonais
Compostos por hormônios, os diferentes métodos hormonais atuam inibindo a ovulação e alterando o muco cervical. O muco cervical é uma secreção elástica e transparente que facilita o transporte dos espermatozoides da vagina até as tubas uterinas, local onde ocorre a fecundação. O muco cervical também atua como facilitador para a sobrevivência dos espermatozoides, além de funcionar como uma barreira de defesa contra microrganismos, impedindo-os de chegar ao útero e provocar infecções.
Pílulas anticoncepcionais orais
São pílulas ingeridas por via oral diariamente, preferencialmente no mesmo horário. São comercializadas em cartelas que contêm 21 ou 28 pílulas, uma para cada dia do mês. Podem ser usadas ininterruptamente, ou com uma pausa de até 07 dias entre o fim de uma cartela e o início da nova cartela. As pílulas são compostas por estrogênio e progesterona ou apenas por progesterona, sendo que as que contém apenas progesterona podem ser usadas durante a amamentação.
A eficácia da pílula fica prejudicada caso tenha vômitos, diarreia ou quando usada concomitantemente a alguns outros medicamentos, sempre converse com seu ginecologista nesses casos.

Contraceptivos injetáveis
São medicamentos injetáveis que inibem a ovulação. As injeções são aplicadas via intramuscular mensal ou trimestralmente. Podem ser compostas pelos hormônios estrógeno e progesterona cominados ou só pela progesterona.
Adesivo transdérmico
Adesivo impregnado de estrogênio e progesterona que deve ser colado na pele e que age por 7 dias consecutivos, devendo ser trocado por um novo adesivo após esse período. Após 3 semanas consecutivas de uso, poderá ou não realizar pausa de 07 dias antes de iniciar nova cartela.
Implante sub dérmico
Dispositivo projetado para liberar progesterona uma vez implantado sob a pele. O procedimento de implantação é feito sob anestesia local. Uma vez implantado, o Implanon® tem duração de três anos. É considerado um LARC Long-Acting Reversible Contraception method, ou seja, um método reversível de longa duração, que dispensa intervenções diárias. Pode ser usado durante a amamentação.
Anel vaginal
O Nuvaring® é um anel que contém estrogênio e progesterona e que deve ser colocado no fundo da vagina. Não precisa ser retirado durante a relação sexual. Deve permanecer no interior da vagina por 3 semanas ininterruptas, devendo ser trocado por um novo. Todo anel deve ser trocado a cada três semanas, mas pode ser substituído imediatamente por outro ou ser colocado após um intervalo de 07 dias sem anel.
Pílula do dia seguinte
Também chamada de contracepção de emergência, a pílula do dia seguinte tem como objetivo evitar a ovulação e deve ser ingerida por via oral com água o mais rápido possível após relação sexual não protegida. O prazo limite para tomar a pílula deve ser no máximo após 72 horas, já que sua eficácia fica muito reduzida após decorrido esse tempo. São comuns efeitos colaterais como dor de cabeça (cefaleia), tonturas, náuseas, vômitos, dores nas mamas e irregularidade menstrual, efeitos que costumam ser temporários e tendem a desaparecer em alguns dias. Evitar vômitos após as primeiras horas após a ingestão, para não diminuir o seu efeito.
Para saber se a pílula do dia seguinte funcionou, a mulher deve aguardar até a data prevista para a sua próxima menstruação. Se menstruar normalmente, a pílula funcionou; caso contrário – ou seja, caso observe atraso menstrual ou apresentar menstruação com fluxo irregular diferente do habitual, deverá realizar um teste de gravidez e procurar o ginecologista.

Dispositivos Intrauterinos – DIU

DIU hormonal
Dispositivo LARC colocado dentro do útero que libera uma progesterona chamada levonorgestrel. Não inibe completamente a ovulação e é uma opção para quem está amamentando.
Existem dois tipos: o DIU Mirena® e o DIU Kyleena®. Após a inserção dentro do útero, tanto o Mirena® quanto o Kyleena® duram cinco anos.
DIU não hormonal
Dispositivo LARC colocado dentro do útero, composto por cobre ou por cobre e prata. Não tem hormônios em sua composição. A contracepção se deve à alteração que esses DIUs provocam no muco cervical, impedindo a fecundação e a implantação. Podem ser usados durante a amamentação.
Métodos cirúrgicos
Laqueadura tubária
A cirurgia consiste na interrupção das tubas uterinas por corte, ponto ou dispositivo, impedindo que o óvulo se desloque até o útero e, consequentemente, que ocorra a fecundação. Pode ser realizada logo após o parto, por via convencional abdominal, por via vaginal ou por via minimamente invasiva – laparoscópica ou robótica.
Vasectomia
É uma cirurgia que consiste na interrupção dos ductos deferentes masculinos, o que impede a chegada dos espermatozoides até o sêmen, provocando a esterilização. Segundo a Lei 14.443/2022, são critérios para acessar os métodos cirúrgicos: ter mais de 21 anos ou pelo menos dois filhos vivos. Destaque-se que não é mais necessária a autorização do cônjuge ou parceiro para realizar a laqueadura ou vasectomia.
Links sugeridos
O que é anel vaginal Nuvaring®
Tipos de DIU: Mirena e Kyleena